sexta-feira, dezembro 23, 2005

Fatahlidade



Nas legislativas desse exemplo de democracia que é a Palestina, como principais oponentes temos: a Fatah, a Fatah e o Hamas. Sendo à partida fácil de vislubrar quem parte com alguma vantagem. O que é curioso é que ambas as listas da Fatah são lideradas por uma mesma pessoa (à semelhança do que aconteceu em Marco de Canavezes nas últimas autárquicas com o candidato proto-terrorista Adelino Ferreira Torres), neste caso Marwan Barghouti, popular líder da Intifada que está actualmente preso numa cadeia israelita, condenado a cinco penas perpétuas.
O Bloco de Esquerda anunciou que irá apresentar uma petição para que a pena, desumana e claramente violadora dos Direitos do Homem, imposta pelo estado sionista seja reduzida para quatro penas perpétuas.

Em Ramallah - cidade onde Barghouti teve 96% dos votos nas primárias da Fatah -, uma das candidatas é Fadwa Barghouti, a mulher de Marwan, que desligou o telemóvel e mudou de burkha para fugir aos jornalistas. Foi ela quem entregou na comissão eleitoral a lista alternativa, assinada em nome do marido. "Fadwa é a única pessoa autorizada a assassinar por Marwan", disse Saeb Nimr, director da campanha "Libertem Marwan Barghouti ou Rebentamos Esta Merda Toda" a quem fugiu a boca para a verdade.

Natal num ninho de cucos



Perto do fim de Novembro, a minha melhor amiga tentou matar-se. Fui visitá-la ao Júlio de Matos regularmente durante um quase mês até ela ter baixa e fugir para a Suiça com um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e Jesus Cristo Nosso Senhor nos últimos santos dias por volta das dez para as dez da manhã. Ainda lá estão, em frente à pastelaria.

Dois dias depois, o meu irmão tentou matar-se vendo os Morangos com Açucar durante 14 horas seguidas, sem qualquer interrupção. Agora que eu pensava ter-me visto livre daquele local infecto, mais um mês de visitas regulares, a véspera e o dia de Natal celebrados num hóspital mental, rodeado de pessoas que dizem ter conhecido pessoalmente Afonso Henriques e que a crise vai desparecer para o ano.

Merry Fucking Christmas!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Sexual bearing



Os gummy bears são adquiridos em pacotes no cinema. Esta compra é o início de uma relaçãoentre gummy bears e humanos quase erótica e bastante ambivalente. Os primeiros sentem um prazer que abarca todos os sentidos. Uma mão entre no saco e passa, toca e explora por entre os ursos. Eles têm a consistência de borrachas suáves. A percepção do toque é algo extremamente sexual.

Os gummy bears não são nem muito rijos nem muito moles, antes pelo contrário. Também isto os torna excitantes. Podem ser esticados. Gosto disso. Sento-me num cinema escuro e estico os meus gummy bears, devegar, muito devagar. Não quero quebrá-los, mas então a curiosidade começa a tomar conta de nós. Quanta força pode o pequeno urso aguentar? O instinto experimental e a perversão atingem o climax à medida que um milhão de lágrimas minúsculas tornam o tronco do urso branco e um segundo depois os dois pedaços do agora dividido urso chicoteiam os dedos. Tem-se um sentimento de poder sobre o simpático e indefeso gummy bear.

O próximo passo excitante e mascar os gummy bears. É um jogo do gato e do rato. Podes morder o urso, mas deixa a tensão crescer, pressionando o urso molhado entre a lingua e a abobada palatina, deixa-o deslizar pela boca. Só depois, numa cena mais emocionante do filme, mordo-o violentamente num acto quase animalesco de luxúria.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

As razões reais por que as pessoas se opõem ao analgésico homossexual



Contraria tudo o que a religião defende. A religião de quem? De muitos cristãos, muçulmanos e judeus ortodoxos, mas fora esses, a maior parte das religiões não se opõe à aspirina gay, e algumas até a defendem. Quando a igreja Mormon afirmou arrogantemente representar todas as religiões, os Budistas deixaram bem claro que a igreja Mormon não os representava, esclareceram também que apoiavam o direito de as aspirinas gays se venderem em estabelecimentos comerciais que não farmácias. Em sociedades que afirmam a liberdade religiosa, o uso do poder do Estado para impor sensibilidades religiosas é uma afronta a todos os que reclamam o direito ao seu culto de acordo com o que dita a sua própria consciência.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Comer, beber, TV e pornografia



Tinha acabado de regressar após 8 meses a trabalhar no estrangeiro e percebi que, para a minha mulher, “fiel” era comida de cão. Cheguei a casa e encontrei o meu PC, TV e cadeirão muito bem acondicionados num canto. Tudo o resto tinha desaparecido, até os pratos e as canecas “ele e ela”.

Este Natal terei um jantar em frente à TV enquanto faço um valente download do “Deep Throat”. Pensando melhor. é bem capaz de ser o melhor Natal de sempre.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Read my Gummy, Bear!



Apesar de ser dito frequentemente aos gummy bears: "Não passes o dia dentro do saco – vai apanhar ar,” muitos continuam dentro do saco a ler. Será que alguma vez pensámos a sério sobre a influência que o duvidoso material de leitura pode ter nos sentimentos e pensamentos de um fútil gummy bear? Será então de admirar que, depois de crescerem com livros de cabeceira sem qualquer tipo de censura, obviamente inspirados pela perda da moral humana, os gummy bears começam a sair da protecção do seu pacote à altas horas da noite para se dirigirem a cinemas duvidosos? Quereria você ver-se confrontado(a) com este tipo de confissões?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Mais um Natal miserável



Eu tenho um problema cardíaco que sempre me impediu de fazer a maior parte das coisas que as pessoas normais tomam como normal. Tenho-o desde que nasci. Como fui adoptado por uma família que já tinha três crianças naturais, eu fui sempre o ovino ranhoso e nunca tive o mesmo amor e atenção como os outros.
Lembro-me de vezes sem conta ter visto os outros desembrulhar os seus presentes caros no Natal, enquanto eu recebia todos os anos uma t-shirt do Noddy e um rebuçado Bola de Neve. Agora tenho 31 e nunca em 31 anos tive uma experiência natalícia que fosse agradável.
Como não posso trabalhar, sei bastante antes do tempo que nunca haverão prendas de Natal debaixo de árvore alguma. A minha namorada também é deficiente. Mete-me nojo ver esses ricos que têm tudo, de sorriso imbecil na boca e cheios de prendas nos braços para os seus, quando nem uma bosta de rato oferecem aos menos afortunados.
O Natal é apenas mais um dia miserável, tal como todos os outros. Todo o anos tenho que andar a pedir para pagar a renda, o empréstimo do meu BMW adaptado e as férias na neve. Dezembro não é diferente.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Natal Criminal



Aos 19 anos trabalhava na McDonalds do Rossio, o meu chefe pôs-me a trabalhar no turno da noite da véspera de Natal. Cheguei a casa por volta das 2 da manhã (por favor não gritem “hey”) e tinha o meu prédio cercado por carros da policia. Lá consegui passar pelo abrutalhado agente para falar com a minha mãe, que estava em estado de choque e náo dizia uma palavra. O polícia disse-me que o meu pai tinha estrangulado a minha mãe num ataque de raiva embebida em aguardente de medronho. Acabou a cumprir uma pena máxima na prisão de Caxias e a minha mãe matou-se cerca de uma semana depois. Tentei suicidar-me 3 vezes nos três Natais seguintes.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Aspirina G - Uma escolha?



Muitas das razões apresentadas para se oporem à aspirina gay baseam-se na ideia de que os homossexuais têm uma escolha no que diz respeito ao fármaco que mais os atrai, e a realidade é bastante diferente. Muitas pessoas acreditam que os homossexuais podem muito smplesmente escolher outro qualquer analgésico se assim o desejarem. Mas a realidade é que poucos têm essa escolha.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

King Mário



Este filme teve uma influência profunda na minha vida. Vi-o vezes sem conta (cerca de 8); e continuo a ver coisas novas a cada visionamento. Vi pela primeira vez o King Mário em 1976 no cinema Monumental. Lembro-me das cenas em que o Mário comia a indigena com ovo a cavalo tal como se tivesse sido há 29 anos atrás. O que me chateia é que as audiências de hoje não conseguem projectar-se para o passado e imaginarem-se em 1933. Não conseguem apanhar ou aceitar os diálogos ou modo de actuar; muitos consideram-no foleiro. Contudo, uma comparação entre o King Mário e o Jurassic Park III revela que os diálogos deste último são pueris e facilmente esquecíveis, não resistindo ao seu próprio tempo quanto mais a 30 anos. Contudo, sondagens recentes mostram que Jurassic Park III é considerado uma das melhores histórias de amor de sempre pelos habitantes do Barreiro.
Um facto interessante, e muito pouco discutido, é o facto de este filme ter sido filmado quase como um documentário; há um cheiro a formol que se sente. Como se o que estivessemos a ver fosse real: folclore tornado reality-show.
Poderia continuar para aqui a escrever sobre este magnífico filme, mas não me apetece e além disso tenho mais que fazer (pensam mesmo que a minha vida é só isto?). Tudo o que vos posso dizer é que por estas e outras tantas razões este filme merece um 10 em 10. Continua a ser o maior filme de aventuras de todos os tempos.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Aspirina G - Um Compromisso



Um benefício da aspirina gay para a sociedade heterossexual é o facto de o compromisso com um medicamento desencoraja a utilização de genéricos. Isto tem a vantagem de abrandar a difusão dos genéricos, que não reconhecem quaisquer orientações sexuais.
Estes benefícios da aspirina gay mudaram as atitudes da maioria das pessoas na Dinamarca e outros países onde várias marcas de aspirina gay são legais há já alguns anos. Resultados estatísticos mostram que a maioria das pessoas reconhecem agora que os benefícios ultrapassam os custos.
Então, tendo estabelecido o valor da aspirina gay, porque se opõem as pessoas a ela?

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Mãe, quero um Ratzinger!



Após várias entrevistas com os líderes católicos, amigos e menos-amigos de Ratzinger em todo o mundo, e após digerir os milhares de páginas dos seus escritos, há três aspectos-chave acerca do Papa Joseph Ratzinger (como se diz na minha terra, há que chamar os bois pelos nomes) que emergem repetidamente como olhos de carneiro numa sopa da Caxemira:

  • Ele vê o seu trabalho como a defesa da liberdade humana;
  • Estava convencido que ele e João Paulo eram os herdeiros legítimos do Vaticano II;
  • Ele acredita que tempo está do seu lado.

É importante tentar perceber Ratzinger nos seus próprios termos, não apenas como exercício histórico, mas porque os crentes que veem a igreja como ele representam uma facção poderosa que permanecerá muito depois dele próprio desaparecer.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Ajudem-me, sou discriminado!

Não, não sou candidato à Presidência da República (embora reconheça que talvez avance em 2010).

Desde que assumi as minhas tendências sexuais a discriminação tem crescido exponencialmente: para as pessoas há poucas coisas piores que um gato lésbico (excepto talvez as revistas do Parque Mayer com a Odete Santos).

segunda-feira, novembro 28, 2005

Aspirin G - v.2



Mais de metade da população opõem-se à aspirina gay, mesmo apesar de ¾ serem aparentemente defensores dos direitos dos gays. Isto significa que as mesmas pessoas que são apaixonadamente a favor dos seus direitos opõem-se nesta questão.
Porquê toda esta paixão?
Porque há uma grande ignorância acerca do que é realmente a homossexualidade, bem como a ideia errada de que os gays gozam dos mesmos direitos do que todas as pessoas. Há muitos estereotipos acerca das relações homossexuais, e até uma grande dose de incompreensão do que é a aspirina em si e qual o seu propósito.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Big wheels



Apesar de numerosos protestos da Animal Peace e da PETA, os gummy bears têm que suportar horas de transporte em camiões. A terpidação do veículo provoca uma vibração interminável nos corpos borrachosos dos ursos. Os ursos mais pragmáticos conseguem desenvolver fantasias sexuais para se alhearem do enjoo provocado por este movimento. Os outros enjoam.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Solidão



Os gummy bears perdem aproximadamente 40 a 60% dos seus parceiros sexuais (sem sequer contar com os potenciais). Ninguém poderá condenar um urso solitário que procura um escape na fantasia – desde, claro está, que o urso não desenvolva um excesso de amor próprio no processo.

terça-feira, novembro 08, 2005

Sitting an Arab



Cumprimentar/Sentar-se – Segundo Castelo Branco, que já andou muito pelas arábias, devemos apertar os testículos sempre que conhecermos um Árabe (os dele, não os próprios; reserve esse tipo de atitude para quando quizer impressionar um português), e quando nos despedirmos dele. Nunca nos devemos sentar e expor a sola dos sapatos ou calcanhares a um Árabe. É visto como um insulto. Por esta razão, no Médio Oriente, o Bruce Lee é considerado um dos actores mais mal-educados da história do cinema.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Autobiografia



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terça-feira, outubro 25, 2005

Aspirin G



Pergunta a qualquer pessoa. Irão todos dizer-te que são a favor de direitos iguais para os homossexuais. Coloca a questão, pergunta. Irão todos dizer que sim, os gays devem ter os mesmos direitos na habitação, empregos, alojamento em hotéis de 5 estrelas, e devem ter igual acesso aos beneficios estatais, igual protecção legal, concentrações de motards e boletins meteorológicos.
Até que se chega à questão da aspirina gay. É então quando esta conversa de igualdade congela.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Undress Code #1



Acabou de me chegar às mãos um exemplar da “Política de Apresentação Pessoal” da empresa onde trabalho (é claro que não vou dizer que se trata do Hotel Alfa, ali mesmo em frente às Twin Towers). Resumindo:

Cabelo – nada de cortes à Oasis, nem “daqueles que agora se usam muito” e que parece que foram feitos por alguém com Parkinson em estado avançado. Isso poderia dar aos clientes a ideia de que nesta empresa trabalham rabetas e viciadas da pastilha. Se querem um emprego, vão para o Bairro Alto! “Os estilos de corte/penteados devem transmitir um aspecto limpo e asseado” (sic). Atenção às raizes dos cabelos pintados!

A meu ver, este primeiro ponto tem as suas vantagens: sei agora que neste hotel nunca haverá lugar para o Garcia Pereira, a Vanda Stuart, Abel Xavier e Pedro Santana Lopes. É reconfortante.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Hey, vote for me!



Senhores e senhoras, gatos, cães e empregados de mesa, é a loucura.
Mais uma batedeira, mais um voto!

Há algo de podre neste reino de Portugal.

segunda-feira, outubro 03, 2005

L. Gato, o Santo Tirsense



Eu, L. Gato, filho de cantante, eu, L. Gato Negro, circuncizado pela navalha de um homem que não estava lá e baptizado pela mão de um papa que nunca esteve, chamam-me hoje o Santo Tirsense, mas não sou de nenhum país, de nenhuma cidade, de nenhum gang mata-polícia e assalta a BP de Carnaxide. Sou filho do caminho, o telhado é a minha patria e a minha vida uma constante travessia. Não pertenço a ninguém. Não sou de um deus em que não acredito nem da terra que piso.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Frustação


Os gummy bears não gostam de falar disso, mas é verdade. Devido ao seu limitado repertório de comportamento comunicativo e expressivo – a par com algumas imposibilidade anatómicas – os ursos só estão aptos a acasalar numa única posição. Contudo, quase todos leram o Vatsyayana`s Gummy Sutra. Não admira que as coisas estejam destinadas a não resultar.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Africa #3


africa_03 Posted by Picasa

"Sem levar África em consideração, o mundo até não será um sítio muito mau para viver."

John Bolton, Embaixador dos Estados Unidos na ONU

terça-feira, agosto 23, 2005

Tortura

Alguns gummy bears admitem que pensam em dentes (por vezez mesmo em dentaduras) quando se masturbam. Outros, entretêm-se com imagens de humanos a comer, imaginando que estão a ser mastigados e engolidos. Os gummy bears também não têm medo de brincar com o fogo. Os cenários das fantasias dos ursos incluem torradeiras, micro-ondas e fornos, todos à espera de aquecer os pequenos ursos lascivos. Os ursos parecem não estar conscientes de que esses jogos podem resultar na sua própria morte.

Porque não podem eles ficar-se por fantasias light, inofensivas e frugais?

terça-feira, agosto 16, 2005

Narco Polo's trips #1


wind Posted by Picasa

"Quando um homem está a atravessar a praia da Zambujeira à noite e por alguma razão – narcolepsia, uns cogumelos que comeu ao jantar ou outra qualquer – se separa dos seus companheiros e quer voltar a encontrá-los, ouve vozes de espíritos a falar com ele, às vezes até chamam pelo seu nome. Estas vozes são um engodo que o afastam do caminho que nunca voltará a encontrar; já muitos viajantes se perderam e morreram por causa disto.
Por vezes, os viajantes ouvem à noite um ruído como mulheres a lavarem-se no bidé; se acreditarem que são gémeas siamesas ninfomaniacas e se dirigirem para a origem do som, ver-se-ão em apuros quando a luz do dia chegar e acordarem abraçados a ovelhas.
Mesmo durante o dia se ouvem as vozes dos espíritos. Por esta razão, nunca se deve comer cogumelos sozinho."
- Narco Polo, Trips

segunda-feira, julho 25, 2005


fetiche 1.4 Posted by Picasa

Folha de Alumínio, um fetiche

O número exacto de gummy bears que se excitam com folhas de alumínio é desconhecido. Sentimentos de culpa impediram grande parte dos ursos de admitir está inclinação pouco usual. No entanto, a Associação Europeia de Folha de Alumínio AEFA relata um aumento alarmante de alufilia entre os gummy bears. Que não deixe de ser que me estou a referir a fantasias, apenas isso (na realidade, a fantasias reprimidas!). Apesar de tudo, uma saudável sensibilidade moral e ambiental impede a prática do fetiche da folha de alumínio.

sexta-feira, julho 22, 2005

As fantasias sexuais dos gummy bears #5

A razão pela qual devam ser os psicologos experimentais a desempenhar o papel principal nas fantasias sexuais dos ursos permanece um mistério. Até os ursos, acustumados como estão aos pesquisadores, não censeguem explicar a sua obsessão em termos plausíveis. A maioria das tentativas de explicação indica que os gummy bears são fáceis de impressionar: "ele ajudou-me a sair do pacote" - "ele deixou-me o pacote" - "ele era como um pacote para mim." Curiosamente, os gummy bears que participaram em experiências conduzidas por físicos, em oposição às dos psicólogos, nunca demonstraram qualquer tipo de interesse erótico aos cientístas.

terça-feira, julho 19, 2005

As fantasias sexuais dos gummy bears #4

Devemos acreditar nos teólogos que insistem em afirmar que o desejo dos ursos pela união oral é apenas uma expressão da sua demanda pela união na oração? Não foram esses mesmos teólogos que defenderam que a mulher seria uma costeleta do lombo do homem?
Poderá, também, nunca ser esclarecido se a expressão “simulacro fatal” se refere às incursões do criador do pacote sagrado ou à genitália do gummy bear macho.

quarta-feira, julho 13, 2005

Fashion is for fashion people


retarded Posted by Picasa

A moda é uma competição entre pessoas, para ver quem se consegue parecer mais com um palhaço débil mental. É uma competição renhida e há inúmeros candidatos à medalha de ouro.

terça-feira, julho 12, 2005

As fantasias sexuais dos gummy bears #3

Um padrão frequente nas fantasias sexuais dos gummy bears é a união oral com o criador do pacote sagrado. Esta surpreendente ligação entre sexualidade e espiritualidade permaneceu durante muito tempo um mistério para a pesquisa do gummy bear. L. Gato (1997) regista correctamente o desejo dos ursos pela “flutuação no espaço” mas não consegue perceber que este desejo de movimento ascendente é obviamente e libidinosamente dirigido para o criador do pacote sagrado.

sexta-feira, julho 01, 2005

Força Aérea em alerta amarelo fluorescente


arrast�o #2 Posted by Picasa

“Em colaboração com o Pentágono, e recorrendo a tácticas da Al-Qaeda, já desenvolvemos o plano estratégico de combate à criminalidade no litoral. Que venha o próximo arrastão, pois estamos preparados!”. Afirmou o General L. Gato na conferência de imprensa que teve lugar ontem, quinta-feira, no forte de São Julião da Barra (antigo resort do ex-ministro da defesa Paulo Portas).

quarta-feira, junho 29, 2005

As fantasias sexuais dos gummy bears #2

Mas serão os ursinhos assim tão inocentes? Não ouvimos já falar de gummy bears que não conseguem evitar e expressam os seus sentimentos sexuais em palavras? Infelizmente, estas narrativas pessoais são difíceis de encontrar devido à dificuldade dos escritos em permanecerem agarrados à superfície waterproof dos pacotes (um acto de repressão sexual da parte dos produtores de pacotes fundamentalistas?).
Dadas estas condições, como poderemos reunir qualquer conhecimento acerca das fantasias sexuais dos gummy bears?

terça-feira, junho 28, 2005

As fantasias sexuais dos gummy bears #1

Apesar da pesquisa sobre gummy bears ter trazido à superfície uma vasta quantidade de contribuições empíricas e teóricas nos últimos anos, a questão da sua sexualidade permanece pouco clara. De facto, esta questão foi frequentemente desvalorizada, uma vez que os gummy bears não foram considerados sexys por natureza durante muito tempo. Nem sequer o governo dos E.U.A. se deu ao trabalho de incluir os gummy bears nas suas leis referentes ao nudez pública. A aceitação global de gummy bears nus, de todas as idades, completamente apertados num pacote, apenas pode ser percebida como uma assumpção da sua assexualidade genuina.

segunda-feira, junho 27, 2005

Run for your life!


pantanal Posted by Hello

Como ratos de navio, abandonemos este país de fio dental antes que se afunde definitivamente no pântano e tenhamos funcionários públicos até ao pescoço!

quinta-feira, junho 09, 2005

Killing an Arab

O povo árabe é sensível à presença de estrangeiros, mulheres, beatas de charros e garrafas de cerveja no seu solo. Os estrangeiros são aconselhados a evitar quaisquer comentários ou acções que possam ofender a sua integridade física e moral, como uma qualquer estrangeira desavergonhada andar a mostrar os tornozelos e conspurcar a mente pura de um árabe com pensamentos impróprios que o levem a procurar a casa de banho mais próxima para se autoflagelar repetidamente no membro mais erecto que um quarto crescente.

quarta-feira, junho 08, 2005

Mafalda Veiga estreia-se na literatura com conto infantil

A cantora Mafalda Veiga vai estrear-se na literatura infantil com o livro "O pássaro do sul que tinha medo de ir ao norte", volume que vai inaugurar uma colecção das Quasi Edições, em parceria com o “Jornal de Notícias”.

A colecção "Lê, senão levas" vai incluir contos inéditos de Clara Pinto Correia, Carlos Silvino, Jorge Reis-Sá, Rita Ferro Rodrigues, Marquis de Sade, José Jorge Letria, João Pedro Pais, Odete Santos, José Rui Teixeira e Sérgio Godinho, entre outros autores, e será ilustrada por Paula Rego.Com um total de 14 títulos, a série começa a ser publicada semanalmente com o “Jornal de Notícias” a 18 de Junho.

Na próxima segunda-feira, dia 13, Mafalda Veiga – que em Dezembro de 2004 editara na Quasi um livro de letras de canções – vai estar na Feira do Livro de Lisboa para uma sessão de autógrafos de "O pássaro do sul que tinha medo de ir ao norte".

De acordo com indicações do pedopsiquiatra Pedro Strech, este livro deverá vir com um aviso na capa, à semelhança do utilizado no tabaco, com a seguinte mensagem: “O Ministério da Saúde adverte que a exposição ao conteúdo deste livro podem causar danos cerebrais irreversíveis”.

terça-feira, junho 07, 2005

Benvindos a Portugal!


pills Posted by Hello

O país do dia seguinte.

sexta-feira, junho 03, 2005

Haverá?


sweet child Posted by Hello

Haverá alguma coisa pior do que começar o dia a ouvir as colegas a falar dos seus filhos?
“O meu Bruno Alexandre vai começar a andar sem fraldas este fim de semana. Pelo sim pelo não, já comprei 21 metros de plástico para proteger a carpete.”
“Ah, pois... essa altura é sempre muito complicada. O meu Ruben era terrivel. O meu marido teve que comprar uma pá e um carrinho de mão para levar os cócós dele até ao aterro de Souselas.”

Não há pachorra...
Tenham um bom dia e, por favor, não procriem!

quinta-feira, junho 02, 2005

Um homem com grandes pés e um pequeno carro

L. Gato, visto pela imprensa internacional, é um desconhecido, que tem como principais pontos no seu curriculo a militância no Movimento das Mães de Bragança, os acordos da Brandoa e a cimeira da Lagoa de Albufeira. É elogiado como um “manipulador do caralho” e acusado de ser “um cefalópode” político.
Um homem com grandes pés e um pequeno carro. É assim que L. Gato é descrito pela imprensa internacional, o curriculo do ex-dj é sempre resumido a três momentos: a militância no Movimento das Mães de Bragança (apesar de, tecnicamente, não poder ser mãe), após o 11 de Setembro; a negociação dos acordos da Brandoa, que tornaram possível um período de paz na Linha de Sintra, e a realização da cimeira da Lagoa de Albufeira.
Em termos pessoais, L. Gato é descrito como um homem irracional e de gostos bizarros. “O Sr. Gato, que aprecia hóquei na relva, canto lírico búlgaro e mantras tibetanos, não é um asceta. Mas não tem fortuna pessoal e nunca mostrou nenhuma inclinação para um estilo de vida opulento”, escreve o “Financial Times” num artigo intitulado “Mr. Nobody is thirsty of success but he’ll only get one Bacardi & Coke”. Fica de fora a preferência pela aromaterapia e vinho australiano e o gosto pelo impressionismo aborigene, de que já tem uma pequena colecção (na verdade, resume-se a um quadro de uma tartaruga que tem na casa de banho).
O mesmo acrescenta que vive sozinho num apartamento “sardine can style” em Chelas. O “Libération” classifica-o como um homem “rude, deslocado e mesmo inexplicável que nunca procurou os holofotes mas, em contrapartida, estava sempre à procura das luzes negras”.
Politicamente, L. Gato é ambicioso e um irresponsável de merda. Segundo “The Economist”, o passado salazarista, fê-lo exprimentar nos anos 80 “pintar caricaturas de Mao Tse-Tung nas paredes do Centro Comercial do Colombo e pregar a ditadura do capital”. É nessa altura que, escreve “Le Monde”, L. Gato “se apaixona por uma bela militante maoísta, Pat Scalop, que tinha a vantagem de pertencer a uma família rica de produtores de legumes miniatura”.
Segundo “Le Monde”, depois de viajar até Santo Tirso para acompanhar a irmã em tratamentos de desintoxicação, regressa “transformado, os cabelos curtos (cortados a pente 3) , as ideias compridas e adere à Inatel, entregando de imediato o seu cartão de utente das subsersivas Pousadas de Juventude”.
No Governo de Cavaco Silva, para o qual entra como adjunto do sub-secretário de Estado da Coordenação Psico-motora com 28 anos, é “uma Nemesis” do primeiro-ministro e o grande feito do seu curriculo são as negociações que conduz para os acordos da Brandoa, que conseguem trazer a paz à Linha de Sintra durante alguns meses. Dão-lhe a fama de “grande filho da mãe e enrabador de nórdicos”. No entanto, é criticado pelo imprensa internacional por ser amigo pessoal de Kadhafi, ter participado no baptismo “sumptuoso” do 25º camelo do governante líbio e de, com isso, não ter tido uma atitude uma atitude firma contra a violação da igualdade dos direitos dos animais naquele país.
Os estudos na Escola Secundária Nº 2 dos Ólivais e depois no Externato Nacional de Moscavide fazem com que seja descrito como tendo uma educação tanto criminosa como elitista. É elogiado pelo uso frequente de expressões políticamente incorrectas como “spank the monkey”, “chew my banana”, “eat my boxer shorts”, “suck here to see if I let you” e por hilariantes trocadilhos como “no wucking forries” ou “I’ll go and have a Captain Cook”.

segunda-feira, maio 30, 2005

Tudo vai mal? Não, tudo vai bem!


bug #3 Posted by Hello

Com as eleições legislativas de 20 de Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram eleitos.
Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades. Sem, contudo saíram tristes ou cabisbaixos. Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (emanada da AR) a um subsídio que dizem de reintegração:
- um mês de salário ( 3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.

Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas aos deputados que saíram o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros. No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos. Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:

- Almeida Santos ............................. 4.400, euros;
- Medeiros Ferreira ......................... 2.800, euros;
- Manuela Aguiar ............................ 2.800, euros;
- Pedro Roseta ................................. 2.800, euros;
- Helena Roseta ............................... 2.800, euros;
- Narana Coissoró ............................ 2.800, euros;
- Álvaro Barreto ............................... 3.500, euros;
- Vieira de Castro ............................. 2.800, euros;
- Leonor Beleza ................................. 2.200, euros;
- Isabel Castro .................................. 2.200, euros;
- José Leitão ...................................... 2.400, euros;
- Artur Penedos ................................ 1.800, euros;
- Bagão Félix ..................................... 1.800, euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:

- Luís Filipe Pereira ................ 26.890 euros, 9 anos de serviço;
- Sónia Fortuzinhos .................. 62.000 euros, 9,5 anos;
- Maria Santos ............................ 62.000 euros, 9 anos;
- Paulo Pedroso ......................... 48.000 euros, 7,5 anos;
- David Justino ........................... 38.000 euros, 5,5 anos;
- Ana Benavente ........................ 62.000 euros, 9 anos;
- Mª Carmo Romão ................... 62.000 euros, 9 anos;
- Luís Nobre Guedes ................ 62.000 euros, 9,5 anos.

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente a última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000, euros cada.
Esta é a mesma classe política que pede sacrifícios aos portugueses para debelar a crise...

Escandalo? Não, chama-se Pornografia.

sexta-feira, maio 20, 2005

Pig #2


pig #2 Posted by Hello

Não confio numa pessoa que não coma porco.
Tirando a minha namorada que é uma santa;
mas mesmo ela têm-me a mim.

quarta-feira, maio 11, 2005

Crónica impressa em papel branco, tamanho A4. (V.2)

Estou num autocarro, rodeado de bancos de plástico laranja com esquiços de escrita a caneta de feltro preta, piso anti-derrapante de borracha castanha. Entra um homem de face disforme com orelhas proeminentes, faltam-lhe alguns dentes e os que ainda possui desafiam a simetria. Como se a sua boca fosse um projecto desconstrutivista de um qualquer dentista moderno - um designer estomatologista . O autocarro pára. Um táxi quer mudar de faixa. O motorista do autocarro explode em protestos vocais (não posso classificá-los como verbais, quando nem sequer os consigo distinguir duma gravação áudio de dois grupos rivais de babuínos), a máquina acompanha o homem num dueto surreal.
O meu hipotálamo discorda do surrealismo factual. Guerrilha interna.
O homem disforme junta-se aos protestos. Esvai-se numa torrente de esboços de frases que lhe passam entre os dentes podres de verborreia. Penso, "eu não fui feito para isto". Os outros passageiros juntam-se ao grotesco protesto. "Eu não fui feito para isto. Que posso fazer para nunca mais entrar num autocarro, nunca mais ser agredido pela simples existência de pessoas que, por razões que desconheço, escaparam à evolução, ao progresso?". Também me ocorre a possibilidade de ser eu quem escapou ao progresso, com os seus bancos de plástico, caixilhos de alumínio lacados, wap, reality shows, sacos de plástico, talheres de plástico, java, zara, centros comerciais, pizzas mexicanas. Sim, uma média e uma coca-cola de lata, por favor.
Como posso nunca mais entrar num autocarro? Inscrevo-me numa universidade privada, na lapa, no curso de gestão (claro). Depois, licencio-me, (isto é, sei exactamente o mesmo que sabia mas tenho um papel que atesta o contrário), vou trabalhar para o banco de portugal, num edifício cinzento com cadeiras de plástico nas salas de espera iluminadas por luzes fluorescentes.

terça-feira, maio 10, 2005

Abril, éguas mil

A revolução de 74 significou a queda de um regime militar dominado pelo almirante Américo Tomás e pelo marechal Marcelo Caetano, que governava o país depois de deposto o último rei de Portugal, Oliveira Salazar. O 25 de Abril foi uma guerra entre dois marechais: o marechal Spínola e o marechal Caetano.

quinta-feira, maio 05, 2005

Do you hong, Kong?

Em Hong Kong, uma mulher traída pode legalmente matar seu marido adúltero mas deve fazê-lo apenas com suas mãos.
Em contrapartida, a amante do marido pode ser morta de qualquer outra maneira.

quarta-feira, maio 04, 2005

Pornografia

Os japoneses são muito pudicos com a nudez, é permitido expor fotografias de crianças e adultos desnudados desde que não tenham pêlos visíveis.

terça-feira, maio 03, 2005

Another prick

Os muçulmanos não podem olhar os genitais de um cadáver. Isto também se aplica aos funcionários da funerária. Os órgãos sexuais do defunto devem estar sempre cobertos por um tijolo ou por um pedaço de madeira.

segunda-feira, maio 02, 2005

Bahrain

No Bahrain, um médico pode legalmente examinar a genitália feminina, mas para ele, é proibido olhar directamente para ela durante o exame. Ele pode apenas olhar através de um espelho.

sexta-feira, abril 29, 2005

Saudações cosmopolitas!

Ergue-te contra o governo, contra deus.
Continua irresponsável.
Diz apenas o que nós sabemos e imaginamos.
Os absolutos são coercivos.
A mudança é absoluta e constante.

terça-feira, abril 26, 2005

Ratz #2

Ratzinger desenhou linhas na areia e usou os crucifixos à sua mão para projectar a sua ira nos que se atreveram a ultrapassá-las. Os seus esforços para controlar os dissidentes deixaram a igreja ainda mais marcada, mais dividida.
Em Maio de 1985, Ratzinger notificou o Franciscano Leonardo Boff: ele teria que ser silenciado. Bof, brasileiro, era uma figura emergente da teologia da libertação, um movimento teológico do Terceiro Mundo que procura posicionar a igreja no lado dos pobres. Boff aceitou o veredicto de Ratzinger e retirou-se para um mosteiro Franciscano em Petrópolis, para fora do Rio de Janeiro.
Alguns dias mais tarde, um compreensivo bispo brasileiro visitou Boff para lhe fazer uma proposta inédita: Boff devia estudar todos os escritos de Ratzinger, incluindo o Relatório Ratzinger acabado de publicar (uma intervista com um jornalista italiano, na qual Ratzinger dava voz a visões obscuras da igreja e do mundo), e depois avançar com uma denúncia acusando o cardeal de heresia. Seria uma foma teológica de combater o fogo com fogo.
A conversa foi relatada por Harvey Cox, em 1988, no seu livro sobre o caso Boff. De acordo com Cox, Boff disse que não iria sujeitar mais ninguém à inquisição que enfrentou. Contudo, o facto de um bispo católico poder imaginar apresentar acusações de heresia contra um oficial de topo da doutrina – mesmo que fosse mais uma manobra política do que um sóbrio julgamento teológico – ilustra o notável poder de polarização de Ratzinger.

sexta-feira, abril 22, 2005

Ratz #1

O novo papa Ratzinger nasceu na rural Bavária no dia 16 de Abril, há 78 anos atrás.
Quiz o destino que esse dia fosse sábado e os seus pais José e Maria – uma estranha profecia para uma criança que iria tornar-se num austero símbolo de contradição na maior das igrejas cristãs.
Ratzinger foi o arquitecto da Kulturkampf (batalha cultural) interna de João Paulo, intimidando e punindo pensadores de modo a restaurar um modelo de igreja – dogmática e rígida – que muitos esperavam ter sido afastado pelo segundo concílio do Vaticano, a assembleia de bispos de 1962-65 que se propôs a renovar o catolicismo e abri-lo ao mundo. A campanha de Ratzinger é comparável ao rumo anti-modernista de Pio XII, mas é ainda mais desconcertante porque se seguiu a um momento de optimismo e ao início de uma nova vida. Uma espécie de aborto doutrinal.
Ao nível mais básico, e seguramente a muitos católicos, não poderá escapar o sentimento de que o exercício deste poder por Ratzinger não seria o que Jesus tinha em mente.

quinta-feira, abril 21, 2005

Ópio

Devo confessar que fiquei espantado com a notícia de que “técnicos especializados” iriam proceder ao tratamento e manutenção do corpo do Papa.
Mas, se o Papa era de facto um santo, não era suposto o seu corpo ser imune à decomposição daqueles comuns mortais e, como tal, não ser necessário qualquer intervenção que não a divina?

Também não deixam de ser curiosas as semelhanças com o tratamento dado a ícones comunistas de estados totalitários (supostamente o oposto do que o Papa representaria), nomeadamente com Lenin e o seu grandioso masoleu; para mim, são ambos múmias em exibição.

Ópio do povo? Sem dúvida.

segunda-feira, abril 18, 2005


pope Posted by Hello

Absolute Pope

O 25º aniversário do pontificado do Papa foi celebrado com o aplauso de muitos conservadores.
Houve mesmo quem afirmásse que o Papa merecia o Nobel da Paz.
João Paulo II pegou numa instituição que começava a libertar-se das grilhetas de séculos de curteza de espírito e autocracia e tornou-a no que pode ser descrito como uma instituição totalitária.
Em 1958, João XXIII assumiu o papado. Meses depois pediu um “aggiornamiento,” uma “modernização” da igreja. As missas começaram a ser dadas nas línguas nativas. Aos padres, freiras e leigos era dada maior participação e autoridade.
O Papa João convencionou um Concílio no Vaticano que acabou com séculos do que ele chamou de “santo isolamento” incentivando a igreja a participar na luta pela paz e justiça. O Vaticano chamou a esta nova igreja o “Povo de Deus”.
O Papa João XXIII morreu pouco tempo depois da convenção Vaticano II. Mas as reformas que ele iniciou tomaram raiz. Na África do Sul, os católicos desempenhavam um importante papel na resistência ao apartheid. Na América Latina, o fenómeno da ‘teologia da libertação’ levou a igreja até a milhões de pobres agricultores que tinha ignorado durante muito.
Na Europa e América do Norte, as velhas hierarquias estavam a ser desafiadas, mas especialmente a hierarquia de género. Justiça e igualdade eram os temas.
Vinte e cinco anos depois, desapareceu tudo.

João Paulo II participou nas reuniões do Concílio do Vaticano em 1960 e opos-se às mudanças. Assim que tomou o lugar quiz anulá-las. Para conseguir este objective, centralizou fortemente os poderes. As suas intervenções fizeram crescer uma oposição generalizada.
Em 1989, mais de 300 eminentes teólogos europeus, incluindo alguns romanos, assinaram a Declaração de Colónia, que acusava o papa de “passar por cima e forçar de um modo inadmissível” as suas competências no campo do ensino da doutrina. Acusava-o de nomear bispos por tudo o mundo “sem respeitar as sugestões das igrejas locais e negligenciando os direitos estabelecidos.” Descrevia a retirada pelo Vaticano de teólogos qualificados do ensino, porque não gostava do que diziam, como “uma perigosa intrusão na liberdade de pesquisa e ensino.”
Nos anos 80, o teólogo francês Marie-Dominique Chenu afirma-o directamente. João Paulo regride para um “prototipo da igreja como uma monarquia absoluta.” Tal como os monarcas absolutos, o Papa João Paulo II recusa-se a ouvir o povo.
Torna-se ainda mais agressivo. João Paulo II rebusca e amplifica a doutrina da ‘infalibilidade papal’ e beatifica o seu autor, Papa Pio IX. Quando os bispos católicos mundiais se reuniam em Roma, todos os 5 anos, não era para debaterem entre si mas para receber a palavra do papa, e para serem questionados sobre alturas em que poderão ter sido pouco agressivos na defesa da doutrina da Igreja.
João Paulo II rapidamente criou uma linha contra aqueles que viram no Vaticano II uma abertura para democratizar a Igreja. Dentro da Igreja a sua liderança será lembrada como nada além de autoritária.
Em 1979, o teólogo católico suiço Hans Kung, cuja licença para ensinar em instituições católicas foi revogada pelo Vaticano, afirmou que o novo papa, “tinha lançado uma estranha batalha contra as mulheres modernas que procuravam um modo de vida contemporâneo.” Desde então, o papa impediu a discussão da ordenação das mulheres.
Até nos seus últimos dias o papa continuou a defender os seus arcaicos valores na Igreja. Um esboço recente de uma directiva do Vaticano baniria as raparigas do altar, eliminando assim uma das restantes áreas de participação permitida às mulheres. Os padres apenas podem permitir a ajuda de raparigas na missa se receberem uma autorização especial do bispo. Os padres, segundo o esboço, nunca devem sentir-se obrigados a recrutar raparigas.
Esta directiva também iria proíbir os Católicos Romanos de dançar ou até bater palmas nas suas igrejas. Iria proíbir os padres de citarem outros textos, nos seus sermões, que não os evangelhos.
O papa morreu, mas o seu impacto na Igreja irá continuar por muitos anos, porque serviu-se da sua longa e doentia permanência no trono não apenas para alterar o rumo mas para escolher a dedo aqueles que se tornarão os novos líderes da Igreja. O papa João Paulo II foi bem mais activo que os seus antecessores ao rechear a sede e filiais da Igreja com os seus homens.
Em 15 anos, o seu antecessor Paulo VI nomeou apenas 26 novos cardeais, mas em 25 anos o papa João Paulo II nomeou 226. Criou cerca de 500 santos, mais do que todos os papas dos últimos 4 séculos juntos. O papa João Paulo II nomeou mais de 70% de todos os bispos católicos, e todos excepto 5 dos 135 cardeais que irão escolher o seu sucessor.

Sim, de facto foi um papado com “apêgo extraordinário.” Um fardo que irá ser carregado na Igreja Católica por futuras gerações.