sexta-feira, dezembro 23, 2005

Fatahlidade



Nas legislativas desse exemplo de democracia que é a Palestina, como principais oponentes temos: a Fatah, a Fatah e o Hamas. Sendo à partida fácil de vislubrar quem parte com alguma vantagem. O que é curioso é que ambas as listas da Fatah são lideradas por uma mesma pessoa (à semelhança do que aconteceu em Marco de Canavezes nas últimas autárquicas com o candidato proto-terrorista Adelino Ferreira Torres), neste caso Marwan Barghouti, popular líder da Intifada que está actualmente preso numa cadeia israelita, condenado a cinco penas perpétuas.
O Bloco de Esquerda anunciou que irá apresentar uma petição para que a pena, desumana e claramente violadora dos Direitos do Homem, imposta pelo estado sionista seja reduzida para quatro penas perpétuas.

Em Ramallah - cidade onde Barghouti teve 96% dos votos nas primárias da Fatah -, uma das candidatas é Fadwa Barghouti, a mulher de Marwan, que desligou o telemóvel e mudou de burkha para fugir aos jornalistas. Foi ela quem entregou na comissão eleitoral a lista alternativa, assinada em nome do marido. "Fadwa é a única pessoa autorizada a assassinar por Marwan", disse Saeb Nimr, director da campanha "Libertem Marwan Barghouti ou Rebentamos Esta Merda Toda" a quem fugiu a boca para a verdade.

Natal num ninho de cucos



Perto do fim de Novembro, a minha melhor amiga tentou matar-se. Fui visitá-la ao Júlio de Matos regularmente durante um quase mês até ela ter baixa e fugir para a Suiça com um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e Jesus Cristo Nosso Senhor nos últimos santos dias por volta das dez para as dez da manhã. Ainda lá estão, em frente à pastelaria.

Dois dias depois, o meu irmão tentou matar-se vendo os Morangos com Açucar durante 14 horas seguidas, sem qualquer interrupção. Agora que eu pensava ter-me visto livre daquele local infecto, mais um mês de visitas regulares, a véspera e o dia de Natal celebrados num hóspital mental, rodeado de pessoas que dizem ter conhecido pessoalmente Afonso Henriques e que a crise vai desparecer para o ano.

Merry Fucking Christmas!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Sexual bearing



Os gummy bears são adquiridos em pacotes no cinema. Esta compra é o início de uma relaçãoentre gummy bears e humanos quase erótica e bastante ambivalente. Os primeiros sentem um prazer que abarca todos os sentidos. Uma mão entre no saco e passa, toca e explora por entre os ursos. Eles têm a consistência de borrachas suáves. A percepção do toque é algo extremamente sexual.

Os gummy bears não são nem muito rijos nem muito moles, antes pelo contrário. Também isto os torna excitantes. Podem ser esticados. Gosto disso. Sento-me num cinema escuro e estico os meus gummy bears, devegar, muito devagar. Não quero quebrá-los, mas então a curiosidade começa a tomar conta de nós. Quanta força pode o pequeno urso aguentar? O instinto experimental e a perversão atingem o climax à medida que um milhão de lágrimas minúsculas tornam o tronco do urso branco e um segundo depois os dois pedaços do agora dividido urso chicoteiam os dedos. Tem-se um sentimento de poder sobre o simpático e indefeso gummy bear.

O próximo passo excitante e mascar os gummy bears. É um jogo do gato e do rato. Podes morder o urso, mas deixa a tensão crescer, pressionando o urso molhado entre a lingua e a abobada palatina, deixa-o deslizar pela boca. Só depois, numa cena mais emocionante do filme, mordo-o violentamente num acto quase animalesco de luxúria.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

As razões reais por que as pessoas se opõem ao analgésico homossexual



Contraria tudo o que a religião defende. A religião de quem? De muitos cristãos, muçulmanos e judeus ortodoxos, mas fora esses, a maior parte das religiões não se opõe à aspirina gay, e algumas até a defendem. Quando a igreja Mormon afirmou arrogantemente representar todas as religiões, os Budistas deixaram bem claro que a igreja Mormon não os representava, esclareceram também que apoiavam o direito de as aspirinas gays se venderem em estabelecimentos comerciais que não farmácias. Em sociedades que afirmam a liberdade religiosa, o uso do poder do Estado para impor sensibilidades religiosas é uma afronta a todos os que reclamam o direito ao seu culto de acordo com o que dita a sua própria consciência.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Comer, beber, TV e pornografia



Tinha acabado de regressar após 8 meses a trabalhar no estrangeiro e percebi que, para a minha mulher, “fiel” era comida de cão. Cheguei a casa e encontrei o meu PC, TV e cadeirão muito bem acondicionados num canto. Tudo o resto tinha desaparecido, até os pratos e as canecas “ele e ela”.

Este Natal terei um jantar em frente à TV enquanto faço um valente download do “Deep Throat”. Pensando melhor. é bem capaz de ser o melhor Natal de sempre.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Read my Gummy, Bear!



Apesar de ser dito frequentemente aos gummy bears: "Não passes o dia dentro do saco – vai apanhar ar,” muitos continuam dentro do saco a ler. Será que alguma vez pensámos a sério sobre a influência que o duvidoso material de leitura pode ter nos sentimentos e pensamentos de um fútil gummy bear? Será então de admirar que, depois de crescerem com livros de cabeceira sem qualquer tipo de censura, obviamente inspirados pela perda da moral humana, os gummy bears começam a sair da protecção do seu pacote à altas horas da noite para se dirigirem a cinemas duvidosos? Quereria você ver-se confrontado(a) com este tipo de confissões?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Mais um Natal miserável



Eu tenho um problema cardíaco que sempre me impediu de fazer a maior parte das coisas que as pessoas normais tomam como normal. Tenho-o desde que nasci. Como fui adoptado por uma família que já tinha três crianças naturais, eu fui sempre o ovino ranhoso e nunca tive o mesmo amor e atenção como os outros.
Lembro-me de vezes sem conta ter visto os outros desembrulhar os seus presentes caros no Natal, enquanto eu recebia todos os anos uma t-shirt do Noddy e um rebuçado Bola de Neve. Agora tenho 31 e nunca em 31 anos tive uma experiência natalícia que fosse agradável.
Como não posso trabalhar, sei bastante antes do tempo que nunca haverão prendas de Natal debaixo de árvore alguma. A minha namorada também é deficiente. Mete-me nojo ver esses ricos que têm tudo, de sorriso imbecil na boca e cheios de prendas nos braços para os seus, quando nem uma bosta de rato oferecem aos menos afortunados.
O Natal é apenas mais um dia miserável, tal como todos os outros. Todo o anos tenho que andar a pedir para pagar a renda, o empréstimo do meu BMW adaptado e as férias na neve. Dezembro não é diferente.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Natal Criminal



Aos 19 anos trabalhava na McDonalds do Rossio, o meu chefe pôs-me a trabalhar no turno da noite da véspera de Natal. Cheguei a casa por volta das 2 da manhã (por favor não gritem “hey”) e tinha o meu prédio cercado por carros da policia. Lá consegui passar pelo abrutalhado agente para falar com a minha mãe, que estava em estado de choque e náo dizia uma palavra. O polícia disse-me que o meu pai tinha estrangulado a minha mãe num ataque de raiva embebida em aguardente de medronho. Acabou a cumprir uma pena máxima na prisão de Caxias e a minha mãe matou-se cerca de uma semana depois. Tentei suicidar-me 3 vezes nos três Natais seguintes.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Aspirina G - Uma escolha?



Muitas das razões apresentadas para se oporem à aspirina gay baseam-se na ideia de que os homossexuais têm uma escolha no que diz respeito ao fármaco que mais os atrai, e a realidade é bastante diferente. Muitas pessoas acreditam que os homossexuais podem muito smplesmente escolher outro qualquer analgésico se assim o desejarem. Mas a realidade é que poucos têm essa escolha.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

King Mário



Este filme teve uma influência profunda na minha vida. Vi-o vezes sem conta (cerca de 8); e continuo a ver coisas novas a cada visionamento. Vi pela primeira vez o King Mário em 1976 no cinema Monumental. Lembro-me das cenas em que o Mário comia a indigena com ovo a cavalo tal como se tivesse sido há 29 anos atrás. O que me chateia é que as audiências de hoje não conseguem projectar-se para o passado e imaginarem-se em 1933. Não conseguem apanhar ou aceitar os diálogos ou modo de actuar; muitos consideram-no foleiro. Contudo, uma comparação entre o King Mário e o Jurassic Park III revela que os diálogos deste último são pueris e facilmente esquecíveis, não resistindo ao seu próprio tempo quanto mais a 30 anos. Contudo, sondagens recentes mostram que Jurassic Park III é considerado uma das melhores histórias de amor de sempre pelos habitantes do Barreiro.
Um facto interessante, e muito pouco discutido, é o facto de este filme ter sido filmado quase como um documentário; há um cheiro a formol que se sente. Como se o que estivessemos a ver fosse real: folclore tornado reality-show.
Poderia continuar para aqui a escrever sobre este magnífico filme, mas não me apetece e além disso tenho mais que fazer (pensam mesmo que a minha vida é só isto?). Tudo o que vos posso dizer é que por estas e outras tantas razões este filme merece um 10 em 10. Continua a ser o maior filme de aventuras de todos os tempos.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Aspirina G - Um Compromisso



Um benefício da aspirina gay para a sociedade heterossexual é o facto de o compromisso com um medicamento desencoraja a utilização de genéricos. Isto tem a vantagem de abrandar a difusão dos genéricos, que não reconhecem quaisquer orientações sexuais.
Estes benefícios da aspirina gay mudaram as atitudes da maioria das pessoas na Dinamarca e outros países onde várias marcas de aspirina gay são legais há já alguns anos. Resultados estatísticos mostram que a maioria das pessoas reconhecem agora que os benefícios ultrapassam os custos.
Então, tendo estabelecido o valor da aspirina gay, porque se opõem as pessoas a ela?

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Mãe, quero um Ratzinger!



Após várias entrevistas com os líderes católicos, amigos e menos-amigos de Ratzinger em todo o mundo, e após digerir os milhares de páginas dos seus escritos, há três aspectos-chave acerca do Papa Joseph Ratzinger (como se diz na minha terra, há que chamar os bois pelos nomes) que emergem repetidamente como olhos de carneiro numa sopa da Caxemira:

  • Ele vê o seu trabalho como a defesa da liberdade humana;
  • Estava convencido que ele e João Paulo eram os herdeiros legítimos do Vaticano II;
  • Ele acredita que tempo está do seu lado.

É importante tentar perceber Ratzinger nos seus próprios termos, não apenas como exercício histórico, mas porque os crentes que veem a igreja como ele representam uma facção poderosa que permanecerá muito depois dele próprio desaparecer.