sexta-feira, agosto 29, 2008

Toda a ira papal sobre um sapo crucificado



ROMA – Um museu no norte da Itália irá continuar a exibir uma escultura de um sapo verde pregado a uma cruz que irou o Papa Bento XVI. A direcção do Museion na cidade de Bolzano votou pela continuidade da obra do falecido artista alemão Martin Kippenberger.

No início de Agosto, o papa escreveu uma carta a Franz Pahl, o presidente da região de Trentino-Alto Adige que inclui Bolzano, denunciando a escultura. “Ofende os sentimentos religiosos de muitas pessoas que consideram a cruz um símbolo do amor de Deus e da nossa redenção. Quem não ama suficientemente os seus filhos ao ponto de os pregar a uma cruz?”, citou Pahl da referida carta.

O próprio Pahl himself há muito se opunha à exibição de "Zuerst die Fuesse" ("Primeiro os pés" em alemão), chegando a encenar uma greve de fome relativamente às pernas de rã durante este Verão e afirmando que não voltaria a lavar o cabelo com shampoo até que a obra fosse retirada do museu.

A escultura em madeira de 1990 mostra um sapo crucificado pregado pelos pés e mãos como Jesus Cristo. O sapo, com uns olhos que fazem lembrar o Zézé Beleza e língua de for a, veste um bife da vazia e segura uma caneca de Tagus e um ovo cozido nas suas mãos.

A direcção do museu afirmou que a escultura de 1 metro nada tem a ver com religião, sendo um auto-retrato irónico do artista (mais feio que um batráquio e quase tanto como a Odete Santos) e uma expressão da sua angústia. "Ainda mais grave do que a ofensa aos valores religiosos católicos, é este ataque insidioso ao sapo Cocas. Não haverá nada sagrado para esta gente?”, retorquiu Bento XVI.

O sapo morreu em 1997, aos 43 anos de idade (em termos humanos).

segunda-feira, agosto 25, 2008

Merda FM!



Ele há uma razão (entre dezenas de outras) para não ouvir a Mega FM, XFM, Rádio Comercial, ou qualquer outra dentro deste género que puxa o vómito e dá vontade de cuspir para o chão. É tudo uma merda.
Algo dentro de mim (ali pelas bandas do intestino grosso) alimenta um profundo desprezo para com a cambada de anormais que pululam nos estúdios de headphones postos, pensando que, com uma playlist definida pelas grandes editoras que se repete diariamente e semana após semana sempre a mesma sequência, sempre as mesmas informações inúteis e piadinhas próprias de gente acéfala), e porque a ele/ela apenas é requerido pressionar alguns botões coloridos (como um macaco de laboratório), pesam agora que são djs profissionais. E, por alguma misteriosa razão, falam todos da mesma maneira, com as mesmas flutuações de voz e com um sorriso imbecil que se adivinha, mesmo apesar de serem músicos ou jornalistas falhados, sexualmente reprimidos e fisicamente repugnantes. As locutoras são tão apetecíveis quanto a reconstituição da cena de sexo do Brokeback Mountain, em que um dos protagonistas é o Alberto João Jardim. Preferia atirar-me, múltiplas vezes, contra uma parede de cimento armado, do que ter a sair da minha boca os sons sub-humanos comummente conhecidos como voz de locutor.
Mais, já ninguém se interessa pelas broncas da Amy (nunca mais morre, essa?) e que “apesar de tudo, continua a ter uma boa voz”. O que me interessa isso? Ainda se fosse uma gaja decente; mas nunca uma que se assemelha ao bull dog do meu vizinho do 5º esquerdo. E depois têm os concursos em que os astutos ouvintes (não terão mais nada do que fazer estas pessoas?) ganham prémios fantásticos, tipo o CD do James Blunt ou qualquer outro tranquilizante das células cerebrais.
As rádios são forretas demais para comprar mais do que sete CDS (para além dos outros sete que as editoras vão oferecendo), e partem do princípio que os seus ouvintes não têm vida própria (à sua semelhança), ou são contabilistas. Ou pior ainda, jogam golfe.
E enquanto as rádios locais servem um propósito que esperam conseguir explicar num futuro próximo, não consigo compreender porque lhes são dadas licenças. Uma vez, por acidente, sintonizei uma estação de Alhos Vedros, enquanto ia a guiar para o Alentejo; parei imediatamente o carro na berma da estrada, pensando que um suicida em fúria tinha saltado para o tejadilho do carro. Pensei mesmo que iria morrer.
Há também uma emissora católica. Acho que se estão constantemente a abraçar uns aos outros, lá. E a comentar como é belo o mundo na graça de Deus Nosso Senhor. Uma merda! Se Deus existisse, misericordioso e omnívoro, já se tinha abatido uma ira divina sobre todas elas e só ficaria a Radar.

terça-feira, agosto 05, 2008