Consumo máximo obrigatório

«Até posso estar errado, mas hoje passei-me.
Comprei um rato há 3 semanas; o outro que tinha avariou-se. Este viveu apenas durante 3 semanas, tendo decidido não trabalhar mais. Fui levá-lo de volta à Worten.

camafeu da worten: "Só efectuamos trocas até 15 dias. Agora, terá de o deixar cá e esperar cerca de 1 mês."
cliente fodido (eu): "Querem com isso dizer que me obrigam a comprar outro enquanto ficam com este, que, por acaso, tem uma garantia de 2 anos?"
cdw: "Pois..."
cf: “FXXX-se, pá. Livro de reclamações e bom dia.”

Aproveitei o facto de estar no Vasco da Gama e fui à Sport Zone trocar uma mochila - mais um objecto com 2 anos de garantia comprado há 3 meses - .

cliente ainda mais fodido: "Bom dia, gostava de trocar este artigo."
camafeu da sport zone: "Porquê?"
camf: "Porque não sabe a morango como nos anúncios... Porque é que será? Veja lá com atenção."
cdsz: "Não trocamos, vai ter de ir para reparação, blá blá..."
camf: “Ok. E têm uma mochila de substituição? Preciso de uma mochila para poder carregar as minhas coisas.”
cdsz: "Não funcionamos assim."
camf: "Não funcionam é de todo, mas tudo bem."

FXXX-se, porque é que quando compramos algo temos de comprar a dobrar? O necessário não é suficiente. Somos mesmo obrigados a comprar mais e mais e mais, porque aquilo que compramos, na realidade, não parece ser totalmente nosso, parece que é tudo leasing. FXXa-se!
Se calhar devia começar a devolver papel higiénico usado nos supermercados e dizer que me assa as nádegas; ou os palitos que ferem as gengivas.
FXXa-se! (é a palavra do dia de hoje).»

[Pedro Bojnotxi, Astronauta]

Inferno: A ver se me importo

Fui à igreja. Durante o sermão, o padre informa que "se não for salvo por Jesus Cristo, irei para o Inferno." Ora isto é uma ameaça com sérias implicações caso seja credível (poderei processar o padre por ameaças veladas?). Contudo, ao exercitar um pouco o meu pensamento científico (algo que a igreja não aprova), consigo chegar a uma conclusão óbvia:

Esta ameaça é completamente oca. Não há absolutamente nada para observar ou experiência comprovada que possas tentar extrair como base desta ameaça. Não podes chegar a qualquer conclusão. Tudo o que tens para lidar com esta ameaça são os teus próprios preconceitos (de fabrico caseiro ou gentilmente cedidos pela Religião S.A.) e a tua experiência de vida.

Já alguma vez pensaste porque varia tanto a imagem do Inferno de pessoa para pessoa (e do Céu, já agora)? Eu vejo o Inferno como uma localidade algures na Amadora.

O feminismo está morto, viva o feminismo!

O feminismo está morto, viva o feminismo! Ah, já ouviram isto algures. Os bons velhos tempos em que se queimavam sutiãs já lá vão. Bem, eu até gostava de vê-los a arder. Por qualquer razão que me ultrapassa, os laivos feministas continuam a pairar por aí em correntes de ar. Os argumentos que vão surgindo (como dizê-lo?) dão-me vontade de cuspir no chão (só não o faço porque me considero uma pessoa extremamente sensível).

Pelo que percebi, a luta recente das feministas é com a Igreja Católica (os países muçulmanos resolveram, de forma definitiva, o problema do feminismo com apedrejamentos). Há um gang de bons cristãos que gostariam de ver as suas mulheres regressar aos papéis tradicionais. Daquilo que tenho visto e lido, eles não defendem que todas as mulheres regressem ao quotidiano dos anos 50. Será assim uma ideia tão má? Uma das piores conquistas do feminismo foi a necessidade de dois salários. Para dizer a verdade, não acredito nestas gajas! Eu adorava não ter que trabalhar. Ok, limpava a casa, via a Fátima Lopes e não tinha qualquer pressão ou responsabilidades para além de ir buscar a roupa à lavandaria e fazer compras no Feira Nova. Contem comigo! Talvez eu não me queira num cubículo das 9 às 6 a jogar solitaire e fingir que estou muito atarefado quando passa o chefe. Talvez eu prefira aspirar, cozinhar e ver talk shows. (Apesar de, provavelmente, eu ser uma merda a limpar! Tenho camadas de pó no meu quarto que são mais espessas do que a Bíblia.) Estas feministas forçaram a maior parte das mulheres ao calvário do escritório. O feminismo também forçou muitos homens a ver as mulheres no local de trabalho como uma necessidade. Agora, quando uma mulher pergunta ao noivo se ela pode ficar em casa depois de serem casados, o homem responde-lhe “Nada disso, mulher! Levanta-me esse rabo flácido do sofá e arranja um emprego!” Os bons cristãos estão a dizer às suas mulheres que, “pois sim, está bem querida, claro que podes ficar em casa a parir, tomar conta das crianças e engordar como as lontras da arca de Noé.” E qual é o problema disso?

Do Papa Bento para os Doentes Terminais

A oposição do Vaticano a qualquer forma de eutanásia significa necessariamente que é suposto os doentes terminais aceitarem simplesmente o que quer que seja a vontade de Deus — não lhes sendo permitido apressar a morte de qualquer forma ou por qualquer motivo. Basicamente, o que os líderes Católicos lhes estão a dizer é: vocês morrem quando Deus nosso senhor quiser que vocês morram e com a intensidade de dor e de sofrimento que ele o achar por bem, nem um segundo mais cedo. O que o Papa Bento lhes está a dizer, traduzindo do latim, é: aguentem-se à bomboca.

Esta foi a mensagem do Papa Bento XVI numa missão ao ar livre em Lourdes, um local popular entre os Católicos que acreditam poderem ser curados através da intervenção divina, em lugar da ciência médica. Imagino quanto dinheiro renderá esta lucrativo negócio à Igreja Católica, quanto dinheiro gasto em desespero de causa e, claro, em todo o merchandising de artigos miraculosos “compre 3 leve 2” por turistas curiosos. No entanto, até à data, não voltaram a crescer pernas nem cegos voltaram a ver, ninguém experienciou qualquer tipo de milagre. Haverá Livro de Reclamações?

Como eu odeio o Dia dos Namorados #2

Paula Cristina, Alhos Vedros:

O Dia dos Namorados também é uma bela merda para as gajas. Lá porque levamos com umas caixas de chocolates do Pingo Doce não quer dizer que seja bom. Muitas de nós não tem quem nos convide para qualquer cena romântica ou assim e acabamos por comprar o caxxlho do chocolate com o nosso próprio guito. E então ficamos mais gordas do que a Valentina Torres. É uma merda. Obrigados por me ouvirem.

Como eu odeio o Dia dos Namorados

Dia de S. Valentim – um dia para os casalinhos mostrarem o amor de um pelo outro. Como eu o odeio. Irei explicar porque se atravessa este 14 de Fevereiro patologicamente doce na minha garganta apelando a um regurgitar de um qualquer possuído pelo Demo (em tons esverdeados e com grumos, como convém).
Ele há muitas formas de amor e outras tantas formas de o expressar. Há o amor de amigo, de um homem pela sua ovelha, até o do meu pai pela Sport TV. Mais comum e romântico há o amor de um homem por uma mulher, de uma mulher por outra, de um homem por uma ovelha ou da Soraia Chaves pelo Padre Amaro. E como é este amor demonstrado? Bem, aqui vai disto!

É apenas um dia!
"A sociedade condenou-me a celebrar o que sinto por quem amo ainda com mais sinceridade e jactância neste dia do que – pelo que parece – em qualquer outro."
Fernando M.

Parecemo-nos esquecer do facto que todas as relações são celebradas em aniversários, Natal, e (caso se tenham esquecido) em casamentos. O que torna este dia tão mais especial do que um aniversário? Será por sermos forçados pelo consumismo a comprar um cartão? Parece que se não o fizermos é porque não nos importamos ou sentimos. Sem cartão, não nos sentimos.

Noites sem dormir
Há homens que nem conseguem pregar olho, tiram dias de folga, aumenta a pressão sanguínea, tomam Xanaxes, tudo isto por causa daquele horrível pensamento que lhes atormenta a porta da traseira da mente como um Jeová a impingir a palavra do senhor: "Não te esqueças do Dia dos Namorados, não te esqueças do Dia dos Namorados." Passam horas a pensar em qualquer coisa que faça a diferença. Sabem que é suposto fazer qualquer coisa especial, mas o quê?
No final tudo corre bem, regra geral. Como isso acontece é um mistério. O Valentim comprova os seus dotes como santo! É claro que não é bem assim.

Porquê um cartão?
Os cartões são comprados para os aniversários ou quando alguém está às portas da morte com um ataque de sífilis em fase terminal, ou até mesmo para encorajar uma lipoaspiração. Mas será assim que se exprime aquilo que se sente por quem se ama, “toma lá um cartão”?
É apenas um pedaço de cartão mas aparentemente significa tudo. Nunca conseguirás encontrar um que seja realmente significativo ou que, pelo menos, não faça a tua namorada/namorado/ovelha vomitar-te na cara. Ou tem a merda de um ursinho a abraçar um coração vermelho ou não és suficientemente sensível! Pelo sim pelo não, escolhe um que tenha um poema merdoso no interior.

O Astro

Ele há 12 tipos de pessoas neste mundo...

Ok, vou ter que dizer algo acerca do pessoal da Blogger.com, as pessoas que alojam este blog gratuitamente, e a quem eu devo alguma gratidão por tal facto. No entanto, recompenso-os com um post sobre uma coisa que me irrita neles. Sinto-me um ordinário de merda por o fazer, e sinto-me um pouco mal até. Portanto, poderei ser persuadido a retirar este post e a publicar uma desculpa caso me apeteça ou me paguem para isso. Caso contrário, vão à merda. Aqui vai disto.

Porque carga de água uma empresa respeitada força os seus clientes à escolha de um signo astrológico como parte do seu perfil? Bem, não é estritamente requerido. Tudo bem, posso decidir não introduzir a minha data de nascimento no meu perfil. Mas eu gosto tanto dos parabéns ocasionais da praxe (embora isso seja apenas, arbitrariamente, o dia em que nasci no nosso sistema Gregoriano para seguir os dias do ano). A coisa é, se activarmos a nossa data de aniversário, levamos logo com um signo do zodíaco no perfil.

Agora, perguntam vocês, qual é o problema? Porque se iria importar alguém tanto com o facto do seu signo astrológico aparecer no perfil? Eu bem me esforço por ser alguém admirável enquanto ser humano. Isto significa que eu bem tento ser honesto comigo mesmo. Vejo a astrologia como uma superstição (“bad juju”, como diria o meu amigo Ventura) e, como qualquer superstição, algo que leva os crentes a pensar que lhe conduz a vida, distraindo-os da verdadeira aprendizagem e da experiência real de um ser consciente. A astrologia é um dos fascínios que distrai as pessoas da descoberta do real. É ridículo acreditar que planetas e estrelas distantes influenciam a nossa existência quotidiana e são a causa de eventos em determinado dia (i.e. eu acreditar que o facto de eu almoçar cozido tivesse relacionado com Úrano na casa 4 e não com o facto de ser o prato do dia das quintas-feiras).

PS: Apresento desde já as minhas desculpas à minha mãe, tia e avó. Deus as guarde.

Portugal #8

Li hoje uma notícia (um pouco atrasada) que me deixou um pouco confuso:

«O Partido da Nova Democracia reúne-se em congresso no Porto para escolher o novo presidente e direcção, depois de confirmada a demissão de Manuel Monteiro.»

Mas então o PND não era só o Manuel Monteiro? Quem se irá candidatar agora à presidência do partido? O palhaço anteriormente conhecido como Manuel Monteiro?