Após décadas de palestras em Dharma, grupos
de meditação e sessões de meditação a solo – em que o único objectivo da coisa
era experienciar o momento presente – o budista Bruno Alheira lá admitiu que o
momento presente não era lá grande coisa.
"Eu cá não me arrependo de nada,"
diz Alheira, "e irei certamente encorajar as pessoas a verificar o momento
presente por si mesmas e formarem as suas próprias opiniões. Mas a modesta
opinião é que o momento presente está algo sobrevalorizado. Quer dizer, a sério,
qual é o problema? Inspira, expira. Depois de
fazer isto milhões de vezes, acho que já sei a coisa. Ok, estou contente por
este meu coração e pulmões estarem ainda a funcionar. Só não acho super-excitante
estar sempre a concentrar-me na merda do momento."
"Há séculos que eu andava a dizer
aos meus amigos, vá lá, não se encostem ao passado… acabou-se! Agora já não
vejo as coisas a preto e branco. Tive cenas bem fixes se bem me lembro, porque
não me havia de lembrar delas de vez em quando? " O futuro também reserva
um novo fascínio. De facto, ele especula que incorporar pensamentos do futuro na
sua vida pode ser a chave para resolver a sua inerte vida amorosa.
"Quem sabe, talvez eu me safe
melhor com as garinas se disser 'Hey, e que tal uma jóla mais logo?' Ou tipo, 'Encontramo-nos
na tattoo shop hoje à noite.' Um gajo não tem nada a perder, certo?"
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