"E se fossem vacinar a vossa prima?" |
Centenas de
pessoas apanharam intoxicações alimentares esta semana no Montijo, na sequência
da decisão tomada pelo governo no sentido de alterar as leis referentes ao
abate de animais. A partir do mês passado, todos os matadouros devem, por lei,
matar os animais por injecção letal.
Foi uma
decisão invulgar, impulsionada em grande parte pelos interesses do Estado na
eliminação de resíduos químicos, bem como no pequeno mas histriónico grupo de
activistas. Uma activista dos direitos animais disse que a injecção letal era
de longe a forma mais humana de os matar. "Para um porco é tipo o paraíso,"
disse ela. "Eles recebem esta bela dose de drogas e seguem a flutuar para
um lugar feliz."
No entanto,
ele há um infeliz efeito colateral ao usar este método de abate. Todos os
animais mortos deste modo ficam intragáveis devido ao veneno injectado. Os
matadouros de todo o país estão apreensivos com a nova legislação e já ponderam
subir as escadarias da Assembleia da Republica armados de pezinhos de porco, uma
vez que esta medida prejudica o seu negócio.
Desde 1975
que todos os distritos utilizam a electrocussão para abater os seus animais. As
excepções dignas de nota incluem Coruche, que prefere um pelotão de fuzilamento,
e a Azambuja, que utiliza o enforcamento. Até 1995, o concelho de Santo Tirso fez
uso da guilhotina.
Alguns
países adoptaram uma aproximação ainda mais radical ao bem-estar animal. Na
Suécia, aboliram por completo o abate de animais. Isto levou a uma situação que
não agrada a ninguém, dizem os criadores de renas. "O que a malta faz aqui
é que tem de comer os nosso animais enquanto eles ainda estão vivos, o que pode
causar algum desconforto a todas as partes envolvidas. Estas renas quase como
se fossem primas para mim. Se as vou comer, gostava primeiro de as matar como quem
mata um parente."
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