"As 50 Sombras de
Grey" foi o livro da moda (o que diz muito sobre a moda e a maioria dos
leitores): uma trilogia que leva o erotismo aos limites do ridículo, escrita
por um sopeira inglesa chamada E. L. James. Basta ver uma foto do trambolho
para perceber que algo de minimamente erótico ou sequer inteligível nunca
poderia ter saído dali.
Este era um livro que eu
não poderia deixar de ler, até porque em determinada altura da minha vida
estive metido num jogo sexual bastante infeliz que envolvia 117 rolos de
fita-cola. E uma ovelha.
Quando finalmente
consegui tirar a ovelha do meu apartamento, comecei a ler o livro. Ele há
muitas palavras que eu poderia usar para descrevê-lo: fantástico, excelente, soberbo,
extraordinário, estupendo, emocionante, excitante, brilhante, obrigatório, Alexis
Tsipras, inacreditável, viciante, erótico, sucesso de vendas, divertido,
complexo, de fácil leitura, clássico, uma obra de arte, genial ou até mesmo um
espectáculo.
No entanto, apenas
preciso de uma palavra. Cócó.
Agora diz que há um filme...
Era eu adolescente e lembro-me bem da histeria à volta de um filme merdoso
chamado "Nove semanas e meia". O erotismo desprovido de sensibilidade
e de uma estética à altura torna-se em algo ridículo e confrangedor. Falava-se
da alegadamente melhor cena de strip-tease que, em boa verdade e ao som do Joe
Cocker, era o expoente máximo do mau gosto, a roçar a tortura e a puxar o
vómito. Segundo consta, “As 50 Sombras de Grey” conseguem ser piores.
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