Bruno Rábano, criminoso reincidente, abordou um segurança que estava a transportar caixas para uma dependência do Novo Banco na Azambuja. Mas quando descobriu que este não tinha notas mas apenas latas de Coca-Cola, pegou numa lata, fez o segurança entrar no banco e ameaçou derramar a bebida toda em cima dele a menos que lhe dessem guito.
No Tribunal de Loures ouviu-se que, depois de ter sacado milhares de euros no bizarro assalto, ele correu para uma loja de animais nas proximidades e utilizou 500€ do saque para comprar um porco. Momento em que a polícia o dominou.
Bruno Rábano, ex-residente na Estrada de Mataburros, foi condenado a 23 anos de prisão depois de ter admitido roubo, tentativa do mesmo e posse de uma lata de Coca-Cola com intenção criminosa.
O Procurador Leonel Fluido disse que é costume o segurança, Jorge Esteves, entregar e recolher dinheiro bem como paletes de latas de Coca-Cola para o Novo Banco da Azambuja. "Ele entra e sai do banco, várias vezes ao dia, com a sua caixa blindada trancada cheia de dinheiro e Coca-Cola. Ele estava a regressar ao banco para recolher dinheiro e a caixa que levava estava vazia. Foi então que ouviu o Sr. Rábano a gritar para ele: 'Abre a caixa, abre a caixa. Se não fizeres isso, vais ficar todo molhado e pegajoso desta lata de Coca-Cola. Não estou a brincar!' O Sr. Esteves viu então que o Sr. Rábano empunhava uma lata de alumínio, vermelha e por abrir, com as palavras Coca-Cola nela, e ficou extremamente preocupado."
O tribunal ouviu que o assaltante armado começou então a praguejar e exigiu que a caixa fosse aberta, apontado a lata para o segurança com o dedo na tampa da mesma.
O Procurador acrescentou: "Aquilo (a caixa) estava vazio e quando o Sr. Rábano viu isso ficou furioso e desatou a berrar. Forçou então o guarda a entrar no banco e gritou para os caixas: 'Passem para cá o caXXXho do guito ou borrifo este cabrão todo com Coca-Cola!" O pessoal aterrorizado entregou então mais de 247.527€ e o assaltante desatou a fugir. Os agentes da polícia chegaram e foi-lhes dito que o Sr. Rábano tinha fugido em direcção à loja dos animais, onde o apanharam a comprar um porco que tinha pago com o dinheiro roubado.”
Bruno Rábano tem condenações anteriores por roubo, incluindo uma à estação dos correios da Azambuja com uma lata de Sumol de ananás. Ricardo Estorno, advogado de defesa, disse: "este é um caso óbvio de estupidez, desespero e uma série de más escolhas. O meu cliente é um homem de 48 anos de idade com problemas de mobilidade.”
"Ele andou longe de problemas durante 14 anos. Era um toxicodependente e a droga levou-o a cometer estes roubos. Conheceu então uma mulher que tentou assaltar e que lhe mudou a vida. Ela ajudou-o a livrar-se das drogas. Ele tornou-se um membro produtivo da comunidade. As coisas corriam bem e, na Primavera, ele queria agradecer à sua companheira e propor-lhe casamento."
Bruno Rábano poupou 5.000€ e pediu outros 5.000€ a agiotas para o seu casamento – mas depois falhou no pagamentos das prestações quando foi atingido por uma doença que o fez perder um terço do seu peso corporal.
"Ele agora está magro, murcho e é uma sombra do que era. A Cofidis foi a casa dele e mataram-lhe a iguana de estimação, deitaram-lhe a porta abaixo e causaram-lhe outros problemas graves tipo uma marca na parede quando entraram de rompante. Isto, por sua vez, levou-o a roubar uma lata de tinta Dyrup no Aki da Azambuja para reparar o problema. Ele não sabia a quem recorrer e, derivado a isso, fez a má escolha de roubar o banco."
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