quarta-feira, julho 16, 2008

Ciganos em Alhos Vedros...não poderiam estar mais de acordo



«A Guerra entre residentes e vagabundos (perdão, pseudo-nómadas) chegou a dar ares de batalha campal, mas quando chegam as TVs e entrevistam ambos os lados da contenda as diferenças desaparecem. De quem é a culpa? Do Sócrates, é claro.

O preconceito torna-me a vida bem mais simples, e a tua? Preconceito reaccionário, preconceito liberal. Eu sei de onde venho (sim, de Alhos Vedros) e, por uns breves instantes, o mundo pareceu tornar-se um pouco mais fácil de gerir. Então, apareceram os ciganos…

Aqui em Alhos Vedros, por exemplo, ocorreram algumas reacções interessantes durante esta semana. No “Diário de Alhos” (jornal local, não confundir com a revista “Quer Alhos” de âmbito regional) saiu um artigo sobre a ‘explosão’ de ciganos na região – “Temos que ser duros como a broa de milho após três dias ao sol. Ele há dezenas de vagabundos em caravanas que estão à espera do momento certo. Se formos frouxos, eles vêm todos em uníssono.

Eu não sei se estão bem a ver a coisa. Em Alhos Vedros não somos frouxos (tirando o meu cunhado). Foram afixados cartazes “Não queremos cá ciganos. Vaiam-se embora mas é!” no Café Central e na Padaria Armagedão. O mês passado, atiraram um cigano da carreira (em movimento) porque o apanharam com a mão na carteira de uma velhinha octogenária (a D. Lurdes Pião, que pediu o anonimato por receio de ser violada).

Quer-se dizer: tudo isto se passa e depois nós é que somos uma cambada de brutos que para aqui andamos? Se fossem mas era todos para a Roménia!»
(Nelo Reis Magos, in "Gazeta de Alhos")

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