
ROMA – Um museu no norte da Itália irá continuar a exibir uma escultura de um sapo verde pregado a uma cruz que irou o Papa Bento XVI. A direcção do Museion na cidade de Bolzano votou pela continuidade da obra do falecido artista alemão Martin Kippenberger.
No início de Agosto, o papa escreveu uma carta a Franz Pahl, o presidente da região de Trentino-Alto Adige que inclui Bolzano, denunciando a escultura. “Ofende os sentimentos religiosos de muitas pessoas que consideram a cruz um símbolo do amor de Deus e da nossa redenção. Quem não ama suficientemente os seus filhos ao ponto de os pregar a uma cruz?”, citou Pahl da referida carta.
O próprio Pahl himself há muito se opunha à exibição de "Zuerst die Fuesse" ("Primeiro os pés" em alemão), chegando a encenar uma greve de fome relativamente às pernas de rã durante este Verão e afirmando que não voltaria a lavar o cabelo com shampoo até que a obra fosse retirada do museu.
A escultura em madeira de 1990 mostra um sapo crucificado pregado pelos pés e mãos como Jesus Cristo. O sapo, com uns olhos que fazem lembrar o Zézé Beleza e língua de for a, veste um bife da vazia e segura uma caneca de Tagus e um ovo cozido nas suas mãos.
A direcção do museu afirmou que a escultura de 1 metro nada tem a ver com religião, sendo um auto-retrato irónico do artista (mais feio que um batráquio e quase tanto como a Odete Santos) e uma expressão da sua angústia. "Ainda mais grave do que a ofensa aos valores religiosos católicos, é este ataque insidioso ao sapo Cocas. Não haverá nada sagrado para esta gente?”, retorquiu Bento XVI.
O sapo morreu em 1997, aos 43 anos de idade (em termos humanos).