segunda-feira, março 26, 2012

Alcoólico anónimo


«São agora 6 da tarde e encontro-me em Lisboa. Foi-me atribuída pelo Correio da Manhã a tarefa de investigar o fenómeno do alcoolismo espontâneo (binge drinking, em americano). Irei relatando as minhas experiencias electronicamente e em tempo real para a redacção.
Infelizmente, para me infiltrar neste mundo, preciso de beber copiosas quantidades de álcool. Isso irá permitir-me ser aceite sem reservas pelas perspicazes vítimas desta patologia. Apesar de haver um número surpreendente de voluntários para esta perigosa missão, a minha experiência como repórter parece ter influenciado a decisão a meu favor. Especialistas da Garrafeira Nacional sugeriram que bebesse uma coisa chamada single malt whiskey para atingir a condição desejada.
19:20: Bebi o meu primeiro whiskey duplo há dez minutos. Enquanto vejo TV, reparo no quão alta está a ficar a testa da Alberta Marques Fernandes e que tal coisa não pode ser normal.
20:00: Depois de ter mandado outro duplo abaixo, sinto-me mais relaxado e fico à espera que os efeitos façam efeito. Este é um ponto importante, porque os efeitos nos filmes hoje em dia são uma coisa espectacular.
900 mais um copo mais uma fichaa. Comesso a sentir eeffeitos aqui e ali. Tenho de me vesssdir e sair lá para fora para a rua a ver se investingo esde fenómefono.»
Infelizmente, este repórter foi encontrado desmaiado em sua casa a asfixiar na própria roupa interior, com as calças puxadas até ao pescoço. Esperamos tê-lo de volta à redacção nas próximas semanas. Pedimos que ninguém tente copiar as suas heróicas façanhas pois trata-se de um profissional experimentado e credenciado com o nível Vasco Pulido Valente.

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