quinta-feira, junho 02, 2005

Um homem com grandes pés e um pequeno carro

L. Gato, visto pela imprensa internacional, é um desconhecido, que tem como principais pontos no seu curriculo a militância no Movimento das Mães de Bragança, os acordos da Brandoa e a cimeira da Lagoa de Albufeira. É elogiado como um “manipulador do caralho” e acusado de ser “um cefalópode” político.
Um homem com grandes pés e um pequeno carro. É assim que L. Gato é descrito pela imprensa internacional, o curriculo do ex-dj é sempre resumido a três momentos: a militância no Movimento das Mães de Bragança (apesar de, tecnicamente, não poder ser mãe), após o 11 de Setembro; a negociação dos acordos da Brandoa, que tornaram possível um período de paz na Linha de Sintra, e a realização da cimeira da Lagoa de Albufeira.
Em termos pessoais, L. Gato é descrito como um homem irracional e de gostos bizarros. “O Sr. Gato, que aprecia hóquei na relva, canto lírico búlgaro e mantras tibetanos, não é um asceta. Mas não tem fortuna pessoal e nunca mostrou nenhuma inclinação para um estilo de vida opulento”, escreve o “Financial Times” num artigo intitulado “Mr. Nobody is thirsty of success but he’ll only get one Bacardi & Coke”. Fica de fora a preferência pela aromaterapia e vinho australiano e o gosto pelo impressionismo aborigene, de que já tem uma pequena colecção (na verdade, resume-se a um quadro de uma tartaruga que tem na casa de banho).
O mesmo acrescenta que vive sozinho num apartamento “sardine can style” em Chelas. O “Libération” classifica-o como um homem “rude, deslocado e mesmo inexplicável que nunca procurou os holofotes mas, em contrapartida, estava sempre à procura das luzes negras”.
Politicamente, L. Gato é ambicioso e um irresponsável de merda. Segundo “The Economist”, o passado salazarista, fê-lo exprimentar nos anos 80 “pintar caricaturas de Mao Tse-Tung nas paredes do Centro Comercial do Colombo e pregar a ditadura do capital”. É nessa altura que, escreve “Le Monde”, L. Gato “se apaixona por uma bela militante maoísta, Pat Scalop, que tinha a vantagem de pertencer a uma família rica de produtores de legumes miniatura”.
Segundo “Le Monde”, depois de viajar até Santo Tirso para acompanhar a irmã em tratamentos de desintoxicação, regressa “transformado, os cabelos curtos (cortados a pente 3) , as ideias compridas e adere à Inatel, entregando de imediato o seu cartão de utente das subsersivas Pousadas de Juventude”.
No Governo de Cavaco Silva, para o qual entra como adjunto do sub-secretário de Estado da Coordenação Psico-motora com 28 anos, é “uma Nemesis” do primeiro-ministro e o grande feito do seu curriculo são as negociações que conduz para os acordos da Brandoa, que conseguem trazer a paz à Linha de Sintra durante alguns meses. Dão-lhe a fama de “grande filho da mãe e enrabador de nórdicos”. No entanto, é criticado pelo imprensa internacional por ser amigo pessoal de Kadhafi, ter participado no baptismo “sumptuoso” do 25º camelo do governante líbio e de, com isso, não ter tido uma atitude uma atitude firma contra a violação da igualdade dos direitos dos animais naquele país.
Os estudos na Escola Secundária Nº 2 dos Ólivais e depois no Externato Nacional de Moscavide fazem com que seja descrito como tendo uma educação tanto criminosa como elitista. É elogiado pelo uso frequente de expressões políticamente incorrectas como “spank the monkey”, “chew my banana”, “eat my boxer shorts”, “suck here to see if I let you” e por hilariantes trocadilhos como “no wucking forries” ou “I’ll go and have a Captain Cook”.

Sem comentários: