Após 40 anos no poder, o líder líbio Moammar Kadhafi fazia questão de mostrar ao mundo uma nova e melhorada versão do seu regime. Foram décadas a governar um Estado pária, Kadhafi seguiu em camera lenta a provar que ele podia, não apenas dialogar, mas confraternizar e montar tenda no Ocidente. E pode até ter conseguido isso, como o demostraram as tendas e os camelos em Itália, França ou Portugal.
Durante décadas, ataques terroristas – principalmente a bomba de 1988 no voo 103 da Pan Am sobre Lockerbie, Escócia – e um programa activo de armas de destruição maciça alienaram a Líbia das Nações Unidas, bem como de qualquer governo que gostasse de manter a consciência tranquila.
O coronel Kadhafi passou a maior parte dos últimos dez anos a tornar-se no melhor amigo das empresas de consultoria para transformar um Estado pária num país visto como um investimento lucrativo. Tirando a parte do Estado pária, foi basicamente o mesmo que Portugal andou a fazer. Todos diferentes, todos iguais?
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