Santo Tirso bateu esta quinta-feira o recorde mundial do Iraque de 249 dias sem governo, com a ira popular a crescer depois dos vereadores responsáveis pelo impasse terem metido ao bolso aumentos saláriais e regalias de mais de € 2,500.
Divisões profundas entre vereadores socialistas e comunistas fizeram com que o concelho tenha permanecido sem adminstração local por mais de oito meses. O novo recorde mundial foi estabelecido enquanto a Gazeta de Santo Tirso constatava que os rendimentos dos vereadores, cujo desacordo sobre taxas autárquicas e reformas locais levaram a este imbróglio, haviam continuado a subir durante a crise. Durante o ano passado, o rendimento individual dos vereadores, includindo salário e gratificações, aumentaram para 103.705 euros e vinte cêntimos, um valor que sobe para 170,013 euros quando outros tipos de subsídios são tomados em conta.
Muitos tirsenses, que pagam algumas das taxas camarárias mais elevadas da Europa, estão crescentemente irritados com o falhanço dos seus caciques, pagos a peso de Fernando Mendes, em acabar com uma crise que atinge a economia nacional. Activistas no Facebook alertaram os vereadores que se o impasse político se arrastar o mais tardar até dia 13 de Abril, por volta da hora do almoço, irão manifestar-se e exigir "o seu guito de volta ".
"Se os partidos políticos falharem, exigimos que devolvam todo o guito público que receberam desde Junho do ano passado," exige um manifesto no Facebook que já conta com o apoio de 152 mil gostos. "Afinal de contas, porque temos nós de pagar este guito tudo a esta gente toda enquanto eles se recusam a fazer o trabalho que lhes pagamos para fazer?"
Dórdio João Espinafre, um vereador socialista, disse que os politicos tirsenses deveriam também receber subsídio de desemprego até que um novo executivo camarário fosse formado. "Tecnicamente estamos todos desempregados," afirmou.
Na quarta-feira, o American Institute for Peace classificou Santo Tirso como um case study de coexistências não-pacíficas ao lado do Iraque, Afeganistão e o Congo.
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