quarta-feira, fevereiro 18, 2009

O feminismo está morto, viva o feminismo!



O feminismo está morto, viva o feminismo! Ah, já ouviram isto algures. Os bons velhos tempos em que se queimavam sutiãs já lá vão. Bem, eu até gostava de vê-los a arder. Por qualquer razão que me ultrapassa, os laivos feministas continuam a pairar por aí em correntes de ar. Os argumentos que vão surgindo (como dizê-lo?) dão-me vontade de cuspir no chão (só não o faço porque me considero uma pessoa extremamente sensível).

Pelo que percebi, a luta recente das feministas é com a Igreja Católica (os países muçulmanos resolveram, de forma definitiva, o problema do feminismo com apedrejamentos). Há um gang de bons cristãos que gostariam de ver as suas mulheres regressar aos papéis tradicionais. Daquilo que tenho visto e lido, eles não defendem que todas as mulheres regressem ao quotidiano dos anos 50. Será assim uma ideia tão má? Uma das piores conquistas do feminismo foi a necessidade de dois salários. Para dizer a verdade, não acredito nestas gajas! Eu adorava não ter que trabalhar. Ok, limpava a casa, via a Fátima Lopes e não tinha qualquer pressão ou responsabilidades para além de ir buscar a roupa à lavandaria e fazer compras no Feira Nova. Contem comigo! Talvez eu não me queira num cubículo das 9 às 6 a jogar solitaire e fingir que estou muito atarefado quando passa o chefe. Talvez eu prefira aspirar, cozinhar e ver talk shows. (Apesar de, provavelmente, eu ser uma merda a limpar! Tenho camadas de pó no meu quarto que são mais espessas do que a Bíblia.) Estas feministas forçaram a maior parte das mulheres ao calvário do escritório. O feminismo também forçou muitos homens a ver as mulheres no local de trabalho como uma necessidade. Agora, quando uma mulher pergunta ao noivo se ela pode ficar em casa depois de serem casados, o homem responde-lhe “Nada disso, mulher! Levanta-me esse rabo flácido do sofá e arranja um emprego!” Os bons cristãos estão a dizer às suas mulheres que, “pois sim, está bem querida, claro que podes ficar em casa a parir, tomar conta das crianças e engordar como as lontras da arca de Noé.” E qual é o problema disso?

4 comentários:

Someone disse...

Se herdasse resmas de predios arrendados vivia à conta dos rendimentos e claro que não me importava ficar em casa. Alias, em casa estaria muito pouco de certeza. E aí podiam arder chefes, solitaires e horários.
Mas como não sou herdeira, por mais que me custe acordar cedo para ir trabalhar, ter de aturar chefes, ter de vestir fardas e so desejar fugir do trabalho para ir borregar para uma esplanada, não me viria em casa a viver à custa do marido. Não se trata de feminismos nem afins, talvez decorra da edudação paterna que dizia sempre "ai de ti se não fores tu!" (isto vindo do homem mais machista). Mas defendo que cada um sabe de si, todas as hipoteses têm as suas vantagens e desvantagens e todos criticam por aquilo que têm e por aquilo que não têm.

beijo

Unknown disse...

Arranja um bom cristão, com uma boa conta bancária e disposto a financiar-te as actividades de lazer. Ah pois, tenta esquivar-te aquela parte de ficar em casa...

Beijo

jorgefm disse...

Há já uns anos que digo à minha esposa que o meu sonho é ser dondoca. Ver esses programas tolos e cuidar da casa. Com a ajuda de uma Natacha Seminova , claro!
Ela é cristã, mas não é parva, por isso mandou-me trabalhar. Eu bem sei como essas feministas nos lixaram...

Unknown disse...

E eu, o que eu dava por viver à conta dos rendimentos familiares...

Fight the power, camarada!

Abraço,