Uma dona de casa com excesso de zelo, às compras no supermercado local, perdeu a cabeça ao descobrir que não havia embalagens pequenas de leite em pó e que seria forçada a comprar uma lata familiar. "Mas eu só preciso de meia-chávena para a minha receita," balbuciou ela antes de tirar a enorme lata da prateleira. "É uma roubalheira, digo-lhe já! Onde é que estão as latinhas pequenas?"
Diversas testemunhas concordam que se o desabafo tivesse ficado por aqui, a coisa podia muito bem ter sido evitada. "O marido é que teve culpa de tudo," disse a gerente Rosália Valeta, "Se ele se tivesse chegado à frente e tomado conta da situação, dormíamos todas descansadas. Em vez disso temos de viver com a carnificina que se seguiu."
De acordo com a Sra. Valeta, a mulher segurou a lata por cima da cabeça e exigiu que os clientes "deviam ser todos levados de volta ao antigamente, quando as coisas eram acessíveis e uma mulher podia comprar uma embalagem pequena de leite em pó sem ter de largar 10 oiros." Atirou então a lata com tal violência que explodiu numa nuvem de pó branco, desatando a clientela em histeria colectiva a correr para a saída mais próxima.
"Nessa altura foi o caos total" disse o sargento Tomé Salsicha. "Tínhamos o grupo de operações especiais (GOE) a postos mas, para nossa sorte, o marido lá interveio." Atravessou a nuvem de pó, pegou na mão da esposa e disse, "querida, eu acho que eles têm embalagens mais pequenas na farmácia lá ao pé de casa."
Os poucos clientes restantes ficaram paralisados de medo, a pensar se a mulher ia aceitar a sugestão e interromper a escalada de violência. Felizmente para todos, ela lá se acalmou dos nervos e respondeu, "mas eles só têm aquelas marcas esquisitas e eu tenho a certeza que vamos acabar por usar este leite em pó."
A normalidade regressou logo após a limpeza do corredor número cinco.
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