segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Iraniano indignado no Metro

"Não queremos cá dessas merdas," diz o cartaz em persa.

Um iraniano de visita a Lisboa está disposto a processar o Metropolitano de Lisboa, alegando ter sido insultado por uma multidão de passageiros que tornaram a sua viagem insuportável. Ele pede uma indemnização de 500.000€ por danos.


Nazir Ahmadinejad, sem parentesco com o presidente iraniano, descreveu aos jornalistas a sua viagem de pesadelo sob as ruas de Lisboa "Eu vim para Portugal porque ouvi dizer que as pessoas eram tolerantes e simpáticas, no entanto fui hoje vítima de insultos graves. Estava eu sentado no metro, a caminho do Marquês de Pombal, quando reparei em vários passageiros a apontar deliberadamente a sola dos seus sapatos para mim. O infiel que se sentou à minha frente chegou mesmo a balancear o seu pé. Era como se estivessem todos a gozar comigo." Nazir diz que se sentiu mais humilhado que o plantel do Sporting.

"Toda a gente sabe que mostrar a sola do sapato quando se está sentado em frente a outra pessoa, especialmente uma pessoa de um país árabe, é culturalmente inaceitável, é um insulto grave e demonstra um menosprezo pela pessoa humana enquanto individuo," alegou João Semedo, especialista em insultos do Bloco de Esquerda.

O Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, apresentou as desculpas a Nazir e disse que a entidade pública iria tentar um acordo fora dos tribunais no valor de 300.000€. Por seu lado, o passageiro Nelson Corguinho, que estava sentado em frente a Nazir diz não fazer a mais pequena ideia do que o iraniano está a falar. "Eu apanho sempre o metro àquela hora, ia a ler o jornal e cruzei as pernas. Os sapatos eram castanhos e são praticamente novos."

Há quem considere Nazir um homem com sorte. "Já o gajo ter arranjado um lugar foi uma sorte, enquanto o povo anda aqui de pé. Deviam mas era ter empurrado o tálibem para a linha! Lá porque arrebentam bombas estes gajos pensam que vêm para aqui e é tudo à moda deles," disse uma utente chamada Teresa Paula e que solicitou anonimato.

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